Afinal, o que faz o esteticista?

 

Gostaria de falar sobre a profissão de esteticista, pois assistindo ao SPTV hoje, observei uma falta de especificidade no que tange esta profissão.

CONCEITO:

• Estética – É no seu sentido puro a “Filosofia das belas artes; a ciência que trata do belo, na natureza e na arte”.
• Esteta – É a pessoa versada em estética; a pessoa que tem da arte uma concepção elevada.
• Esteticista – É o profissional que cuida da beleza, mais objetivamente da beleza humana.

A esteticista deve possuir, além de habilidades manuais e qualidades psicológicas, uma boa formação em todos os campos que tocam direta ou indiretamente a beleza do corpo humano e seu aspecto externo.

Além de fazer um trabalho profilático e preventivo, atua também atingindo aspectos sociais muito importantes, adequando o indivíduo aos padrões que pede o momento sócio cultural vigente.

A ação deste profissional atinge raízes profundas, uma vez que através de suas manobras consegue amenizar deficiências estéticas, livrando seus clientes de possíveis problemas psicológicos, deixando-os mais desinibidos e felizes.

Para ser um bom profissional será necessário ter conhecimento da profissão, amabilidade, habilidades manuais, paciência, atenção, vontade de aprender e de manter-se atualizado,além de ética e higiene.
Para que a esteticista faça um bom trabalho é necessário que a mesma aprenda a conhecer a problemática para que faça uma anamnese correta, ou seja uma análise minuciosa do quadro a ser tratado e dos fatores inerentes ao cliente.

Vejam só a amplitude do mercado de trabalho,perspectivas e tipos de atuação:

• Cabine
-própria
-academias
-salões de beleza

• Clínica de estética
– própria ou não
– supervisão

• Clínica médica
– procedimentos elementares da estética, assistente em preparos, microdermoabrasão, pós cirúrgico, pós procedimentos como laser, consultora (avaliadora) e fechamento de contratos, ambudsman, promoter. Além da aplicação de métodos como led, luz pulsada, carboxiterapia sob supervisão médica.

• Empresas
– Técnica em metodologias de produtos e equipamentos, vendas, treinamento, acompanhamento de clientes.

• Escolas
docente ou auxiliar

• Consultorias
Após todas estas etapas é possível capacitar-se para diagnósticos globais em ambiente multidisciplinar.

Em nosso momento atual a estética conta com o avanço científico cosmético e tecnológico que é de grande importância; além da biotecnologia, da engenharia de equipamentos …

A esteticista deve conhecer a Biotecnologia disponível na cosmetologia:
O uso de micro organismos na transformação bioquímica. Bactérias e fungos são usados para transformar um produto complexo em um final específico.
Na cosmetologia o que importa é o tipo de produto investigado, o entendimento e o controle de reações bioquímicas. E as modificação através da engenharia genética.

Outro meio inerente a profissão da esteticista é a engenharia de equipamentos:

Nos equipamentos ocorre a utilização de correntes galvânica e farádica, frequências, amperagens, ondas, cada vez mais específicas, como nos equipamentos desenvolvidos pela NASA que são capazes de reconhecer nossos estímulos neurológicos cerebrais… Quem não ouviu falar de corrente “russa” de uso na tonificação muscular?
Além de micro-correntes, leds, ultra- som facial e corporal, abrasores, endermologias e todos os demais equipamentos como infravermelho e radiofreqüência que poderão ser utilizados sob supervisão médica?

Ser estecista é ter a oportunidade de conhecer e aprender a reconhecer e utilizar diferentes recursos cosmetológicos e elétricos, associados às inúmeras técnicas manuais em benefício da beleza, saúde e bem estar do ser humano.

É importante que não se confundam as especialidades, nunca uma em detrimento da outra, mas ser esteticista é atuar num segmento específico, não significa necessariamente que será também, por exemplo, cabelereira, manicure ou podóloga .

A matéria exibina no SPTV não foi criteriosa, não observando outros aspectos da profissão e orientando de forma superficial o público em geral.

Ser esteticista pode ser bastante complexo.

Profissionais X Ética X Estética

É bastante comum o paciente chegar ao consultório com seu tratamento já definido por ele mesmo.
Acredita ter encontrado a “solução dos seus problemas” em matérias de revistas, internet ou porque a amiga indicou”, está cada vez mais frequente a auto-consulta.
Discursos como: “Eu quero o melhor, o mais moderno, ou o da moda”. Esquecem-se de que somente o profissional habilitado fará o diagnóstico correto e dirá qual será a melhor indicação, que às vezes, não é o último lançamento e sim um outro procedimento consagrado.

O que quero lembrar aqui, é a importância de que haja uma conversa franca, ética, que não melindre o cliente mas que reflita no melhor resultado, oriundo de uma postura profissional adequada.

Espaço destinado à estética não deve ser um peso

Espaço físico, investimentos, equipamentos, produtos, tudo isso pode ser motivo de preocupação em uma clínica, que não atua utilizado todo o seu potencial.
A Dermatologia, principalmente, é uma ativiadade que está ligada a ação de profissionais como as esteticistas ou fisioterapeutas.
Para a qualidade de um tratamento é fundamental o preparo da pele, com uma higienização adequada, por exemplo.
Peelings físicos, abrasões, hidratações pós peelings químicos, revitalizações pós laser…
Para que esses procedimentos sejam rotina e consequentemente se tornem viáveis ao estabelecimento, é muito importante que os profissionais esteticistas estejam preparados para atuar. Conhecer os pacientes, manter-se em contato, informá-los sempre sobre as possibilidades e os serviços disponíveis, que irão potencializar e acelerar seus resultados, nunca em detrimento dos serviços médico-dermatológicos.
A estética, em uma clínica, deve ser o “Plus”, o algo a mais, nunca um local ocioso num ambiente multidisciplinar, sem gerar retorno estético, nem receita.

Importância da documentação fotográfica

 

Os estabelecimentos que se propõe a realizar procedimentos estéticos, sofrem muitas vezes com a “síndrome da memória curta”, por parte de um grande número de pacientes, que são categóricos ao dizer que não “notam” resultados ou mudanças significativas.

Na grande maioria das vezes, os resultados são bons, ótimos ou até excelentes, mas no mínimo, serão sutis. Seja na qualidade da pele, contorno, tônus ou naquilo ao que o procedimento se destina.

Com o crescimento da utilização da tecnologia digital, pensamos ter tudo sob controle. Mas nem sempre é assim, esperamos as melhores fotos sempre, mas essa não é a realidade que convivemos:

  1. Nem sempre é a mesma pessoa quem faz as fotos;
  2. Nem sempre as condições (luz, local,regulagem do equipamento), estão adequadas.
  3. Não basta ter uma máquina digital.

São necessárias noções básicas sobre fotografia, que incluem:

  • Conhecimento do equipamento utilizado
  • Conhecer o melhor local
  • Iluminação ideal
  • Noções de profundidade, enquadramento entre outros detalhes.
Sabendo que cada clínica tem suas particularidades, a dica é o curso personalizado, oferecido pelo Studio cn5 (www.cn5studio.com.br), com no mínimo 3h de duração.

  • No seu estabelecimento,
  • Com o seu próprio equipamento,
  • Para todos os funcionários.

O fundamental para um bom registro é o treinamento adequado.

Passei por isso recentemente, quando tive a necessidade de documentar protocolos e garanto, vale a pena investir na sua qualidade e no treinamento dos seus funcionários.

 

Os tratamentos já não são tão eficazes?

O problema pode estar na falta de cuidados com os aparelhos.

O resultado de um tratamento, também está diretamente relacionado a qualidade do equipamento em uso.
Quero enfatizar aqui que os profissionais devem observar as recomendações do fabricante e substituir consumíveis que estejam inapropriados para o uso.
Sempre que você utilizar um equipamento, procure vistoriar e observar o rendimento do mesmo, pois as trocas de borrachas, lâmpadas, ponteiras, filtros que não devem ser utilizadas quando desgastadas, devem ser procedimentos de rotina. Anotar a data de troca também é muito importante.

Profissionais / Pacientes de estética : Relação Jurídica Saudável

Este é um texto dirigido aos profissionais de estética e tem como objetivo dar uma visão geral sobre o universo jurídico que os cerca, regras e conseqüências de sua atuação.Vale lembrar que o bom profissional é aquele que coloca o interesse e o bem-estar de seus clientes acima dos seus.Foi pensando nisso que sai em busca de informações e encontrei inúmeros artigos publicados na imprensa, veiculados pelos Órgãos de defesa do consumidor alertando o público sobre os cuidados que deve ter aos contratar um tratamento estético bem como relacionando seus direitos ao não ter seus objetivos concretizados. Encontrei, contudo, pouquíssimos artigos destinados a alertar os profissionais da área sobre os cuidados que devem tomar ao oferecerem seus serviços ao consumidor.

Daí a idéia de escrever este texto para prestar alguns esclarecimentos a estes profissionais, que estão a cada dia marcando tão fortemente a sua presença no mercado consumidor.

Os avanços tecnológicos combinados ao acesso fácil a informações viabilizadas, principalmente pela Internet levam o consumidor a conhecer os diversos métodos da estética moderna e fazer uso deles. O que é bom para o profissional de estética.

Mas, por outro lado, o fácil acesso a estas informações leva o consumidor estar cada vez mais ciente de seus direitos e saber exigi-los. O que, por sua vez, é bom para o consumidor. Essa é, sem sombra de dúvida, uma relação saudável do ponto de vista socioeconômico, mas, sob o prisma da Ética Profissional, nos obriga ao estabelecimento de uma relação profissional-cliente não só socialmente saudável, mas adequada.

A profissão de esteticista, embora não possua um órgão fiscalizador ou código de ética, está sujeita como veremos, à aplicação de normas esparsas contidas no Código do Consumidor, Código Civil e Penal. Para adequar sua atividade ao mundo jurídico é fundamental que o profissional de estética adote alguns procedimentos básicos como vermos a seguir:

1. Regra #1: Registrar sempre.
É um bom começo providenciar o registro em ficha de todas as ações feitas junto ao cliente assim como devem ser registradas em documento hábil as demais informações decorrentes do atendimento. Em se tratando de estética a documentação fotográfica devidamente autorizada através de termo próprio auxilia o profissional não só a mostrar ao paciente os resultados do tratamento como também a resguardá-lo de eventuais questionamentos posteriores.

2. Contrato e Clareza nas explicações:
Esse requisito decorre do que estabelece o Código de Defesa do Consumidor (CDC): explicação clara do tratamento a que o cliente será submetido. Além da explicação verbal é fundamental que esta esteja descrita em um contrato, que deve ser claro e trazer todas as informações sobre os passos do tratamento, alem de prazo e preço. Cabe ainda, em contrato, especificar a possibilidade, ainda que mínima da ocorrência de efeitos colaterais e possíveis riscos para a saúde, principalmente daqueles que possuem problemas, como alergia, diabetes e problemas cardíacos.

3. Consentimento do Cliente:
Prestadas as informações verbais (pelo profissional) e escritas (contrato) é necessário que o cliente demonstre estar tomando decisão voluntária e assine um documento (Termo de Consentimento ou Formulário de Autorização) consentindo ao profissional médico ou de áreas correlatas, a realização de determinado procedimento após haver recebido informações relativas aos benefícios e possíveis conseqüências do um tratamento específico ou experimentação e de que está consciente de seus riscos.

O Termo de Consentimento deve utilizar uma linguagem clara e acessível, evitando o uso de terminologia técnica de difícil compreensão. Além de conter informações sobre o procedimento, seus objetivos, efeitos e reações ao tratamento. Informações insuficientes ou incorretas podem invalidar o documento.

O ideal é que o cliente seja informado de todas as particularidades do procedimento pelo qual vai passar com pelo menos 24 horas de antecedência.

O que mostramos aqui é mínimo de cuidado que qualquer profissional que se habilite a prestar serviços profissionais na área de estética deve ter. Lembre-se que sua atuação produz efeitos no mundo jurídico com conseqüências para profissionais clientes e fornecedores. Portanto, tenha consciência de suas responsabilidades. Para garantir a sua tranqüilidade profissional guie-se pela ética de modo a buscar sempre a saúde e o bem-estar dos seus clientes.

Patricia Feres Trielli
Advogada
(patricia@ttsbr.com.br)

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